
Em Moçambique registam-se ciclones desde, pelo menos, a década de 1980. E, nos últimos 10 anos, ocorreram com mais intensidade e frequência, pelo menos uma vez por ano. A cada ciclo ciclónico – que ocorre entre os meses de Novembro e Abril – o Governo tem demonstrado uma incapacidade de antecipação e resposta, apesar de dispor de iniciativas para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos. As infra-estruturas públicas e privadas são parciais ou totalmente destruídas e a reconstrução torna-se num ciclo interminável de desperdício de recursos. O padrão repete-se todos os anos.
Embora haja um histórico de ciclones e alertas, o que falta é a construção de infraestruturas resilientes a eventos climáticos, com soluções baseadas na natureza (SbN). Deste modo, para fazer face ao ciclo vicioso de destruição de infraestruturas, propõe-se a construção de infraestruturas resilientes com SbN, que consista em integrar elementos naturais e processos ecológicos na concepção e construção, com o objectivo de aumentar a sua capacidade de resistir e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, ciclones e tempestades. Enquanto estes elementos não estiverem presentes, o país continuará num cíclo vicioso de perda de vidas e infraestruturas.