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Inicio Cabo Delgado Número de deslocados internos em Moçambique cresceu em cerca de 2 700 % em dois anos

Número de deslocados internos em Moçambique cresceu em cerca de 2 700 % em dois anos

Número de deslocados internos em Moçambique cresceu em cerca de 2 700 % em dois anos

De Outubro de 2017 a Outubro de 2020, os insurgentes realizaram mais de 600 ataques terroristas nos distritos do norte e centro da província de Cabo Delgado, causando cerca de 2000 mortes entre a população, das quais mais de 60% são de civis. Para além da barbaridade na forma de actuação, a face mais visível dos ataques em Cabo Delgado é o crescente número de deslocados internos, que atingiu mais de 300 mil até ao final do mês Setembro de 2020, correspondente a cerca de 13% da população da província nortenha de Cabo Delgado. Os ataques em massa nos distritos da província de Cabo Delgado contribuíram para o rápido incremento do número da população de deslocados em Moçambique, nos dois últimos anos ̧ designadamente 2019 e 2020. Até ao final de 2018, Moçambique tinha cerca de 15 000 deslocados internos causados pelos conflitos armados de Cabo Delgado e da região centro. Até 19 de Outubro de 2020, o total de deslocados no país passou para 424 202, em resultados da intensificação dos ataques armados em Cabo Delgado e também na região centro. Assim, houve um aumento em mais de 2 700 % deslocados, em apenas dois anos. Com a população moçambicana estimada em cerca de 29 milhões de habitantes, cerca 424 000 (1,4%) vive na condição de deslocados, correspondentes a 86 562 famílias, das quais apenas 3 981 estão acolhidas em 13 centros de acomodação criados pelo Governo e parceiros. Os centros estão distribuídos pelas províncias de Cabo Delgado (seis), Nampula (quatro) Niassa (um) e Manica (dois). Zambézia, Sofala e Inhambane são outras províncias que acolhem deslocados, mas sem nenhum centro de acomodação criado para o efeito. Os deslocados estão hospedados em famílias que os acolhem, na sua grande maioria, sem o mínimo de condições para lhes garantir as condições básicas de sobrevivência. Ao todo, apenas 4,6% das famílias deslocadas estão em centros de acomodação. O Centro de Integridade Pública (CIP) realizou um estudo de campo sobre a situação de deslocados nas províncias de Cabo Delgado e Nampula e no presente relatório apresenta as principais constatações e recomendações.

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